Nauru ou Bauru
Não, ne, ní, nie, niet, nicht, no, non, not. Foi em um domingo normal, após o almoço de macarronada completa e limonada. Todos nos reunimos em frente à televisão para assistir a um filme cujo título não me recordo, um nome espanhol interessante que rimava com “manca”. Espremidos no sofá, algo não me deixava estar ali por completo, algo me chamava e me dividia, algo me queria, algo queria desesperar o domingo normal. Algo me levou ao quartinho dos fundos. Levantei e deixei o filme de lado. No quartinho com cheiro de mofo, o quartinho dos fungos, agachei e retirei uma caixa de papelão da estante de livros. Na caixa, um primeiro jornal estampava: Bauru, maio de 1968. Tateei com os olhos a primeira folha e um tópico foi ensurdecedor: Nauru. Particularmente, nunca tinha lido a palavra Nauru. Erro de palavra? Parecia um erro de digitação, alguém poderia ter batido errado, dada a proximidade na máquina entre as letras B e N. Mas a palavra Nauru aparecia divertidas vezes no excerto do jornal.